sexta-feira, agosto 28

ida e volta

Tenho na agenda marcado o dia de regresso a terras lusas. Tenho um punhado de amigos à minha espera, e não mais que esse punhado, a família calmamente espera por mim. Na chegada, cheiro, visões e sons vão fazer aquela saudade desaparecer por outra.
Só me falta marcar na agenda o dia em que regresso para ti, já à muito que pedi a autorização mas a confirmação tarda a chegar.

O tempo vai passando e cada vez mais os sentimentos fogem para dentro de um nevoeiro em que te perco, à espera que a luz do sol faça dissipar as nuvens baixas, na esperança de te reencontrar.

sábado, agosto 22

sim, aceito - 4

- Olá paspalho!
- Olá Mónica, continuas a simpatia de sempre.
Antóni0 senta-se em frente a ela, pedindo um café e ela um chá. Ele está um pouco ansioso, pois pressente que isto não será uma conversa banal mas sim algo que o poderá fazer pensar muito. Os seus olhos estão brilhantes, depois de tanto tempo sem ver quem fora noutros tempos e noutras noites a sua marca no coração, sente o peito a palpitar e o ar a faltar.
- Então, estás mesmo decidido a casar?
- Sim, depois de 9 meses de noivado, acho que já estou preparado. Não achas que é tempo suficiente?
- Não... Se tiveres razões para isso. Sabes, tenho algo para te contar e não gosto cá muito de rodeios.
- Então?
Ela encosta-se à mesa, aproximando-se do ouvido dele e sussurra:
- Ainda sonho contigo todas as noites.
António fica espantado, não pelo facto de ela ter esses sonhos, mas sim coragem para o dizer, em vésperas de se casar.
- Tens noção do que me estás a dizer? Estou noivo! Então depois de tanto tempo que não me contactas vens agora ter comigo para me dizeres isso?
- Olha o que é que queres? Nunca consegui arranjar uma desculpa para vir de França só para te dizer isso!
- Não tens noção do que fazes!
- TU é que não tens noção do que irás fazer amanhã!
- Pois, mas isso é uma decisão minha!
- Ok, é justo. Mas não foi por nada que comecei com esta conversa. Sabes, desde que voltei para a Europa que tenho a vida num caos em termos de agenda. Nunca tive tempo para mim, para pensar nos meus planos. Mas agora que recentemente subi para a parte directiva da empresa onde trabalho já com tempo para mim, comecei a olhar para o teu convite e a pensar que podia ser o meu nome lá escrito.
- Linda história, e onde é que eu entro aí, por acaso?
- Entras nesta história quando logo fores ao meu quarto no hotel e apanharmos o comboio pela manhã.
- Devias escrever um livro, deves ter jeito... imaginação não te falta.
- Pois ficas sabendo que tenho tudo arranjado para ti. Tens emprego na minha empresa, e não vais para lá varrer o chão, tens um departamento só para comandares.
- Acho que a conversa vai acabar...
- Então se queres ficar por aqui, ficas sem saber como seria realizares o teu sonho...Sabes onde estou a passar a noite, por isso a decisão é tua.
António levanta-se em direção ao balcão para pagar a despesa, volta todo transpirado para se despedir, com as mãos a tremer pois com simples palavras pode mudar o rumo da sua vida.
- Mónica, desculpa, mas eu vou ter que ir embora.
- Eu também peço-te desculpa...não devia ter vindo. Nunca tive intenções de vir ao teu casamento, excepto se fosse comigo.
- Larga essa ideia, fomos felizes nos momentos certos, o passado já foi, não entendes?
- E tu não percebes que amanhã podes voltar a ser feliz como antes? Sei perfeitamente que ela não é quem tu mais queres! Não sou parva nenhuma! E o facto de ainda estares aqui a ter esta conversa só aponta para uma coisa: tu ainda me queres!
- Estupidez... Vou-me embora. Já ta tudo pago. - António levanta-se, meio nervoso mas a querer dar a entender que está realmente chateado. Mónica também levanta-se e pergunta
- Dás-me boleia para o hotel?
- Sim, sem problemas.
Entram os dois no carro do António. Em silêncio. Rapidamente chegam ao hotel em que a Mónica está.
- Espero te ver amanhã na igreja.
- Vou pensar no assunto, paspalho.
Quando se vão despedir, Mónica coloca a mão no pescoço dele discretamente e puxa-o para o beijar. António permite.


quarta-feira, agosto 19


Time has passed, and I have loved many women. And as they've held me close, and asked if I will remember them, I've said, "Yes, I will remember you." But the only one I've never forgotten is the one who never asked...


terça-feira, agosto 18

Best of a day in the past




silenciar a mente e ouvir com a alma...

Hoje apetece-me respeitar o que sou. Hoje sou o que os outros não querem. Hoje sinto-me em harmonia com o mundo. Hoje sou o João. Amanhã poderei ser já outro, como o fui ontem. Hoje quero posso e mando. Amanhã volto para o ontem. Hoje vou desejar tudo de bom neste mundo. Amanhã vou enfrentar a sociedade. Hoje vou comer um prato de sopa. Amanhã vou comer algo parecido a carne. Hoje sinto-me bem. Amanhã vou viver com uma pequena raiva das pequenas injustiças que tanto nos rodeiam. E depois, e depois e depois... Hoje vou escutar o meu interior, como devia fazer todos os dias, como todos devíamos fazer todos os dias.


É tão bom escrever e não ouvir nada, não é?


12/10/06

sexta-feira, agosto 14

"Vou fazer esta viagem contigo. Como farei todas as viagens, ao teu lado. Todas as que fizeres a partir de hoje!"

Ainda hoje falei sobre a questão amor/paixão/companheiro para a vida. Hoje puseram-me em dúvida, pois julgava que uma só pessoa poderia ser as 3 coisas, mas será que realmente conseguiremos encontrar essa pessoa para nós próprios? Será que por essa pessoa que me perguntou isso foi pelo facto de nunca ter sentido aquela "cena" por alguém?

Acho que muitos de nós julgamos com quase toda a certeza que conseguimos encontrar "a tal pessoa". Que sim, pode ser o amor/paixão/companheira da nossa vida, mas como o saberemos realmente?
Podemos estar simplesmente a desperdiçar a nossa vida com alguém que afinal não é a tal...

Resta-nos abrir os olhos e conseguir aproveitar as oportunidades (que sim, acho que aparecem) que a vida nos dá ;)

18/03/2009