segunda-feira, abril 19

Oste(F)...





...um trinta de Fevereiro de um ano por inventar. Já passou uma década e parece que foram à cinco minutos, daqueles de caixão á cova, como provavelmente todos pensam que já tivemos. Os anos suavizaram o amor adolescente e disparatado que hoje se resume a um desejo sublimado e uma estranha ou nula relação. O que o tempo não faz. E pensar que durante mais de dez anos sempre pensei em algo maior, fonte de inspiração divina... talvez porque já alcancei a última etapa que precede a idade adulta (se calhar à muito tempo biologicamente) e aprendi a desenvolver a capacidade de renunciar ao que não está ao alcance que é o de ser feliz com o que a vida me traz.

Não quero!

Mas deve ser a ordem natural das coisas, erramos, nem sempre nos dão outra oportunidade ou passa tão rápido que nem damos por ela...

O mistério das recordações – é sempre dos pormenores que nos recordamos (pelo menos eu): roupa, cheiro, sons, expressões, conjuntos certos de palavras... - nunca esqueci do famoso "eu sei" quando queria o "eu também" e que depois a situação inverteu-se e eu deixei-a passar... - O essencial dos factos arquiva-se na gaveta mental da memória como um grande embrulho para de vez em quando abrir e espreitar lá para dentro e poder sorrir um bocadinho. As fitas que o enfeitam é que se desenrolam até ao presente, em memórias de curtos fragmentos. Passei contigo vários momentos, mas poucos são os que me lembro . E o primeiro é sempre o que fica.