segunda-feira, janeiro 12

Erro forçado



Ainda foi à pouco tempo que adormeci e já acordei. Pego no carro e vou até Aljezur ver o nascer do sol. Continuo a descer até a Portimão, faço o que tenho a fazer e vou almoçar um frango à Guia. Chego ainda cedo a casa e vou logo para a capital. Passei toda a viagem a perguntar se a noite passada terá sido um preterito mais que perfeito ou imperfeito como tem sido a nossa relação.

Sabia que querias estar comigo, não me costumas ligar tanto. Sentia que as tuas sms não são as habituais, que algo se passava. Mesmo assim, saimos juntos. E eu sabia que se quisesse, a noite podia ter sido tão diferente do que todas as outras que até então tinhamos passado. Sabia que não te devia ter convidado a subir, que não devias por a tua mão na minha face, que eu não me podia afogar no profundo dos teus olhos, podiamos ter simplesmente continuado a ver o filme, mas foi mera desculpa para libertar os sentimentos recalcados que ambos tinhamos um pelo outro. Roupas, almofadas e cobertores voaram de cima da cama para dar lugar a um amor que foi escondendo as suas pontas pois ambos julgavamos ter chegado a um ponto que abandonar o navio seria a solução certa, mas não, por vingança pelo que não tivemos antes, pela paixão que sempre teve tanta lenha para arder, viajámos até às estrelas e por lá ficamos até o relogio nos despertar e trazer-nos de volta à realidade, de que isto pode simplesmente ter sido um pequeno pedaço de paraíso e mais nada. O acordar, o beijar pela manhã e tomar banho juntos, e depois a fatídica despedida...

Esta noite não sei se devo deixar a porta encostada e esperar por tí ou se devo adormecer rapidamente para não pensar em mais nada, mas espera-se horas de insónia só a pensar no pequeno pedaço de sonho que passámos...

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