terça-feira, janeiro 20

Une femme sans amour c'est comme une fleur sans soleil




Hoje pergunto-me se volto a ver-te tão cedo. Tens castigado as minhas horas de sono e os meus dias menos ocupados, vagueando docemente na minha mente, obrigando-me a uma respiração demasiado calma e a um olhar triste. No ultimo encontro vieste com o coração aberto, a vida confusa, a alma a precisar de respostas e as mãos nuas. Sempre te ví com anéis, fosses casada ou não, desde a adolescência, mas da ultima vez não. Talvez porque não quisesses usar a aliança e preferiste ficar sem nenhum ao pé de mim. Talvez naquele momento não tinha significado para ti. Talvez porque naquele momento já não tinha significado para ti. Porque comigo continuas a ser a mesma menina que sempre foste, independente das estórias que aconteceram contigo, das que trazes contigo ou das que apagaste no fogo da tua alma.


Pergunto-me se já encontras-te as respostas que querias, se a tua habitual ausência de contacto é significado que já não queres mesmo que faça parte da tua vida, ou se por ser a habitual ausência de contacto qualquer dia ainda regressas e pintamos o céu de outras cores num silêncio em que qualquer palavra a mais pode borrar a pintura, se qualquer dia a minha mão volta a contornar o teu corpo suavemente e mesmo cheios de sono não queremos adormecer porque sabemos que brevemente tudo acaba e queremos esticar o tempo para a eternidade só para podermos olhar um para o outro, se tão cedo consigo tocar de novo na tua alma com um simples sorriso, se adormecemos quando os pássaros começam a acordar e o sol teima em despertar avisando que por esta noite é tudo.

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